segunda-feira, 6 de setembro de 2010
EnvelheSendo
Não sei exatamente que palavra usar... Interessante? Talvez! É, talvez seja “interessante” se perceber na linha do tempo; se perceber envelhecendo.
Na vida, existem alguns momentos chave nos quais temos a chance de nos distanciarmos e nos vermos nesse gráfico sem fim definido que é nossa existência. Geralmente são momentos transitórios, de transformação; e teriam mesmo de ser, ou não poderíamos nos comparar conosco mesmos em tempos remotos.
Interessante nos perceber matando (mas não enterrando) algumas de nossas antigas personas, de nossos antigos hábitos, de nossas antigas células.
Interessante perceber as mudanças de resposta do organismo aos estímulos, e seu novo tempo para se recuperar de agressões (endo e exógenas).
Interessante perceber a volatilidade de tudo! De TUDO mesmo! Coisas que algum dia já foram tão importantes, desejos e certezas antes tão bem definidos e infinitos, mostram-se humanos (portanto finitos) e sem importância alguma. E outros vêm, também cheios de si como os anteriores, e por alguns momentos de impulso novamente esquecemos de sua transitoriedade, mas cada vez mais rápido nos lembramos dela, nos dando o direito de dar de ombros para essas peças que nos pregamos.
Interessante perceber-se mais um na multidão, o que não te faz nada especial, e ao mesmo tempo te faz tão especial, mas sem a megalomania da juventude inexperiente.
Interessante perceber que seu ano de nascimento já não aparece mais nas barras de rolamento dos formulários da internet, senão somente depois de duas ou TRÊS rolagens do mouse.
Interessante notar pessoas dez anos mais novas que você, já cheias de experiências, mas ainda tão longe de ter as suas! E notar pessoas dez anos mais velhas que você, e não mais se enganar com sua falsa maturidade e com seu ar adulto que tão bem esconde a fragilidade inerente aos homens.
Interessante perder o deslumbramento inocente, e ainda poder se deslumbrar com a perfeita imperfeição do mundo!
Interessante... Bem interessante esse passo a passo. É, cada vez mais assumo minha nostalgia antecipada do meu momento presente. Sempre fui assim... Viver o presente para poder contar sobre ele no futuro. Ou melhor, vivendo o presente já contando sobre ele no futuro...
Se essa por acaso é a tal crise dos 30, estou achando-a... Bem, interessante!
Assinar:
Postagens (Atom)