segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O Corte

Quase... Tudo está quase pronto para o final, para o rompimento do cordão, para o corte da fita do novo.
E não são isso as festas de Natal e Ano Novo? Uma celebração ao novo, ao nascimento, à vida?
Os presentes que damos às crianças, aos inícios. Os presentes que recebemos pelo nosso renascimento. Os brindes que fazemos aos desejos e ao destino. O branco, o puro, a festa, o pueril. Os loucos que em nós jazem e que retornam às superfícies para reiniciar suas jornadas.
Ah, preguiça de recomeçar, que nada! Ânimo! A alma bombando, cheia de planos e vontades, pronta para agir e repleta de expectativas de ação, não de espera. Assim deveria ser em plenitude, mas é quase. Uma preguicinha humana sempre resta lá no fundo. Mas precisamos dela também, para dormirmos aconchegados.
E neste querido blog, onde criei e desabafei boa parte de minha existência no ano que passou; neste querido blog, que também comemorou seu 1 ano de vida, virtual, mas que não poderia ser mais real; neste querido blog, registro esta última postagem, como um grandíssimo agradecimento à vida, à arte e às oportunidades que recebi nos últimos 525.600 minutos de minha ainda pequenina existência.
E assim:

Por tudo que estremeci
Por tudo que amei
Por tudo que sonhei
Por tudo que pensei
Por tudo que criei
Por tudo que chorei
Por tudo que deixei
Por tudo que ensinei
Por tudo que ganhei
Por tudo que mudei
Por tudo que morei
Por tudo que comprei
Por tudo que respirei
Por tudo que viajei
Por tudo que dei
Por tudo que andei
Por tudo que beijei
Por tudo que abracei
Por tudo que conquistei
Por tudo que arrepiei
Por tudo que dancei
Por tudo que vi
Por tudo que ouvi
Por tudo que li
Por tudo que ri
Por tudo que cresci
Por tudo que escrevi
Por tudo que perdi
Por tudo que bebi
Por tudo que recebi
Por tudo que corri
Por tudo que aprendi
Por tudo que comi
Por tudo que dormi
Por tudo que vivi

Por tudo que senti em 2008
Por tudo que sinto hoje
Por tudo que sentirei em 2009

MUITO OBRIGADO!

FELIZ NATAL E UM ESPETACULAR ANO NOVO A TODOS NÓS!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Escrita Proscrita!

Onde foi parar minha escrita?
Em que ralo, em que tela, em que espaço?
De onde vem a confusão de idéias e a pobreza estética? E a ética?
Por quê o medo da brancura? Será excesso de censura?
Pra quê as rimas não rimadas e as não-rimas tão rimadas?
O que fazer com o que tenho em mim quando eu mesmo não tenho idéia do que tenho em mim? Por tudo que sinto, muitas vezes, acontece. Por tanto que sinto, nunca. Acontece... Acho que acontece... E espero que passe. Que suma esse tanto quantitativo! Que dê espaço ao tudo qualitativo. Que passe a escola. Que alguém reboque o carro quebrado! Que a dispersão flua tanto, ou mais, que a concentração!
E, por favor, que a bateria toque mais alto! E menos quadrada, mais sincopada! E que erre mais vezes. E que o erro se perca em meio a tamborins furados, bumbos rachados e cuícas desajustadas...
Que venha logo o novo ano!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Foi bom pra você?

Antes, sempre duvido.
Durante, sempre questiono.
Depois, sempre descubro o porquê de tanto suor, tanta rouquidão, tanta taquicardia, tanta dor, tantas noites em claro, tantos neurônios ativos, tantas lágrimas e tanto riso.

Dirigir é minha paixão absoluta, disso sei há tempos! Atuar é um prazer meio mágico, um opióide viciante que deve ser usado com moderação! Agora, ensinar é um trabalho que une as duas coisas e é tão árduo que, como todos os outros assim, acaba se sublimando em arrepios no final do processo.

Poder vivenciar a transformação de rostos, de corpos, de almas, o crescimento de seres, a humanização de homens e a alegria da conquista do outro é uma dádiva, um privilégio. E depois, receber o carinho, as mensagens de agradecimento, os pedidos de mais, e comprovar que, de uma forma ou de outra, pudemos contribuir para a formação e para a realização das pessoas, é inspirador! Neste momento, esquecemos as burocracias, as politicagens, as tradicionalices, os berecreteques, e presos ao chão e aos olhares à nossa volta, sentimo-nos uma pequena parte de cada um, e cada um uma pequena parte de nós.

Poder ouvir coisas como "me ajudou a me encontrar", "despertou minha paixão pelo palco", "fez-me sentir vivo", "larguei minhas cartelas de anti-depressivos", "me fez repensar minha vida", "me ajudou a rever meus valores", "me ajudou a quebrar meus limites", e muitos dos especialíssimos "aprendi muito com você!", faz-me abrir um sorriso imenso no meio do peito!

Ao meu Deus, peço que eu possa preencher cada canto dos palcos do mundo com artistas tão apaixonados pela arte quanto eu, ou talvez, ainda mais!