segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Vrai ou Faux?
Como voa o tempo! Estava lendo as pouquíssimas postagens que subi no ano passado e parece que a de junho foi ontem, sendo que, num piscar, será outro junho novamente.
Enfim... Sei que estou um pouco obcecado com essa questão do tempo, da passagem dele, dos gráficos, da linha, afe! Também não aguento mais pensar nisso. Mas como é bom poder olhar para trás e perceber que você realmente colocou em atos muitos dos seus pensamentos; saber que suas ideias não morrem na praia, que não são fantasias absurdas ou neuróticas. Me embebi dessa sensação de ter os pés no chão, apesar dos sonhos, e estou confiando em mim mesmo. Um pouco prepotente, pode parecer, mas não é.
Preciso, neste momento em particular, deste auto-reforço-positivo. Estou aqui, roendo as unhas, frente a uma decisão muito difícil (apesar de ridícula) que tomei, cujos efeitos estão se mostrando mais difíceis ainda. Não vou falar dela. Quero esquecer e não quero criar expectativas.
Voltando à auto-confiança. Sempre fui muito ligado às opiniões alheias, e cada vez mais, ligo menos. Amém! Por um lado, isso é maravilhoso e libertador. Por outro, sinto que minha opinião sobre mim mesmo adquiriu um peso maior, não mais difícil de ser carregado, porém mais cuidadoso. Como se o que penso sobre mim mesmo tivesse cada vez mais valor e devesse ser levado cada vez mais em consideração. Ao mesmo tempo, naturalmente, parece que cada vez menos me importa ter opiniões sobre a vida alheia, e quando me pedem conselhos, olho com mais limpeza e carinho a essas vidas e emito palpites menos contaminados de mim mesmo, e mais essenciais a quem realmente interessam.
E disto eu falo por estar cada vez mais preguiçoso da involução, ou da falta de evolução das pessoas. Outro dia comentava sobre a dificuldade da perda da inocência que a vida adulta nos joga na cara diariamente - e voltamos à questão do tempo; não vou lutar contra ela, deixa rolar. Mas falava da falta de vontade de me envolver com coisas que parecem ser, mais do que são. Quanto mais nos tocamos do backstage da vida, quanto mais percebemos o papelão por trás do cenário, menos acreditamos no que está em volta, o que nos obriga a acreditarmos mais em o que está dentro de nós, para que não percamos a fé. Sabe o bom e velho "somos a semente, ato, mente e voz" que me acompanha há tantos anos? Pois é, bate outra vez, e cada vez mais forte. Ano 1, ano egoísta, no melhor dos sentidos. Ano que dá início ao que espero que seja uma década de verdades e verdades, longe do que é falso, do que é boicote e do que realmente não vale a pena! E que, assim, esta pena seja cada vez mais leve!
Quero gente gostosa ao meu lado, gente clara, gente brilhante. Quero dar pra quem me dá, quero ganhar de quem dei. Quero ser visto antes de ser pago, e ser amado antes de ser cobrado. Gente mesquinha e sangue-suga, fica longe do meu alho!
E se você continua se enganando com você mesmo, continua se enganando com o mundo, continua gostando de se deixar enganar, não é no meu fogão que irá encontrar alimento. Agora, se quer um parceiro para essa dor de ossos que é o amadurecimento, se quer alguém para brincar de criança de vez em sempre, mas que saiba voltar à superfície depois da brincadeira, se quer um companheiro de erros e de perguntas, ao invés do ingênuo dos "acertos" e "respostas", conte comigo, meu amigo! Tamo junto! E vamo que vamo, que a chuva nos espera!
Este post está algo esquizofrênico, eu sei. Mas acreditem em mim: isso é um ótimo sinal!
Enfim... Do que eu estava falando mesmo?
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Não-resolução de Ano tipo 1
E está dada a largada para mais um Ano tipo 1. Sempre pensei na linha do tempo desta forma, em décadas. Ano 11, assim, é ano 1. Parece que meus ciclos de vida duram mais ou menos esta quantidade de tempo. Talvez seja coisa de quem nasce em Ano 0, sei lá, mas de fato as coisas assim me ocorrem.
E assim começa meu quarto Ano 1: sem resoluções. Na verdade, com a resolução de não fazer resoluções, para assim cortar as ansiedades pela raiz.
Aos curiosos, conto que, incrivelmente, não viajei no reveillon. Fato que há 11 anos não acontecia. Mas como premiação, pude ser anfitrião de mais de trinta pessoas num final de semana delicioso, onde além de estar com amigos de longa data, com meu pai (com quem não virava o ano também há 11 anos), pude conhecer pessoas novas, pude brincar com o frescor de crianças lindas, cozinhar feito gente grande (em exageros sem fim de quantidades de comidas e bebidas, chegando ao trágico ponto do desperdício), e em meio a muita risada e vinho espumante, chegar ao ponto de gravar um curta-metragem trash nacional da pior qualidade (já editado e prestes a ser lançado em sessão privé).
Cheio de ideias na cabeça para outros filmes, para outros pratos, iniciando um curso profissionalizante de chocolatier, querendo dirigir ao menos uma peça nova neste ano, mergulhado nas deliciosas aulas de francês, canto e culinária, precisando parar de fumar e voltar a dançar e a nadar, disposto a terminar meu romance, atualizar mais meus blogs e ainda criar mais dois (e dar conta de todos), investindo mais na carreira médica em forma de consultório particular, pronto para viajar mais a cada oportunidade de escape, pensando se abro ou não um bistrô, se volto ou não às aulas de saxofone e de alemão... Bem, assim, cada vez mais me dando nós nessa vida multifacetada que amo levar e que escolho para mim, prometo que, neste Ano 1, não farei resoluções. Muito menos a resolução de não começar nada novo, de não inventar mais moda. Afinal, Anos 1 são feitos para isso!
Feliz Ano NOVINHO!!
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