Somos realmente serezinhos bastante frágeis. E isso independe completamente de nossa massa muscular, ou da quantidade de suplementos alimentares que ingerimos. Independe também de nossos cargos profissionais, de nossa conta bancária, e do tamanho de nossa suite.
Semana difícil, essa. Pra começar, um feriado bem no meio, quebrando a harmonia dos dias. Soma-se a isso, a casa destelhada, em obras; os móveis de pernas para o ar; a estante de livros inacessível e o chão da sala, nu. E mais: familiares com problemas de saúde, faxineira de férias, e a ideia insana de organizar um casório em três meses.
Pra piorar um pouquinho mais: extrato bancário, digamos, rebelde; tensões musculares via travesseiro deformado; enxaqueca; e a sensação bizarra de que tudo está bem, em algum lugar, mas não consigo discernir exatamente onde.
Alguém sabe me dizer como estão os astros nesta semana? Podem me chamar de esotérico, mas tenho certeza que, dentro de mim, tá rolando algum tipo de engarrafamento energético que está me impedindo de fluir. Onde está o Marcelo, meu personal-japa-acupunturista neste momento? Por que a Mel não está aqui, reflexologizando meus pés?
Pelo menos meu cachorro-filho me abraça, do seu jeito, mas abraça.
Afe, Neosaldina: pára de ser preguiçosa e me arranca fora essa cefaleia existencial!