terça-feira, 6 de julho de 2010
Como viajar é bom! E como me esqueço disso com facilidade, infelizmente. Tenho sempre uma preguiça de fazer as malas e me mandar, mas quando o faço... Ah, o mundo é minha casa!
Interessante e útil é a visão contemplativa que uma viagem nos proporciona, da nossa própria vida.
Acabo de voltar pra casa, depois de cinco dias tranquilos, sabor delícia, regados a muito vinho branco e paixão. E sempre, antes de voltar, me pergunto: pra onde eu vou voltar?
Tenho desejado tanto, há tanto tempo, uma vida mais pacata. E esse conceito de "coisas boutique" que se dissemina por aí, e que em Buenos Aires (de onde vim) é realmente uma febre, me aproxima muito desse sossego que tenho almejado.
Seria mentira (e quem me conhece bem o sabe) se eu dissesse que quero uma casinha no campo. Cosmopolita que sou, arrancaria minha cabeça para instala-la na bunda rapidamente, frente ao tédio campestre como rotina. Mas um pequeno negócio boutique, ou seja, sofisticado porém simplista, elegante e charmoso porém humano, me cairia muito bem. Algo que seja meu, cuidado pelas minhas mãos e mente, feito com muito amor, por mais piegas que isso possa parecer. Proporcionar pequenos oásis aos outros em meio à loucura diária me faria realmente muito bem.
Nada que urgente de lobby, nada que envolva politicagem, caras e bocas, egos e falcatruas... Uma arte palpável, comestível talvez, algo que se aloje na vida do consumidor no ato, diretamente, sem papo cabeça, sem circo, sem show. Algo real, bonito, cheiroso, fino, artesanal e acessível. Algo que eu possa fazer sem leis de incentivo, sem equipes técnicas estelares, sem eruditos metidos à besta me rodeando! E que seja fomentado por ideias de vida e saúde, longe da morte e da doença. O que será, será?
A ver, a ver...
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