segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Pensamento aos 7 anos

O amor não nasce do dia pra noite; essa é a paixão, que da mesma forma que vem, vai, e volta quando bem entende, e brinca com a gente. O amor nasce de um gesto bem colocado, de um espreguiçar, de palavras consistentes, de um brinde. Nasce de um sorriso malicioso, de piadas internas, de uma lágrima acolhida. E depois que nasce, não vive só de luz. O amor se nutre de tudo, inclusive da ira, inclusive da mágoa, desde que sempre temperadas com cumplicidade abundante. O amor não é vegetariano, é carnívoro feroz, não mede calorias e não teme o colesterol. Precisa de água, mas prefere os etílicos; aprecia os modismos, mas escolhe o conforto. Aos dois anos acha que anda sozinho, mas tropeça. Aos três elabora promessas, aos quatro delimita os espaços, aos cinco arruma o quarto, aos seis se confunde em si mesmo, e aos sete... Ah, aos sete! Aos sete anos o amor já debate, já dialoga, já se reflete; já carrega um guarda-chuva, mas nem sempre usa, porque não quer, não porque não sabe. Aos sete anos o amor já planeja, e executa; já aprendeu a recuar e entendeu que muitas vezes a não-ação, a compreensão, é a melhor reação. Aos sete anos ele aprende a pedir e também a negar sem o medo de ferir; aprende o ritmo, a harmonia, a dança, e que a melodia pode ser melhor que a letra. Que os próximos sete sejam transformadores e transformados. Que sejam ainda mais amados, pela alma, pela cama, pela calma. Te amo, mais e tanto!

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