Há sempre aquele dia em que vestimos a calça errada ao acordar, calça que pode ser maior ou menor do que nosso tamanho.
Quando menor, os movimentos são difíceis e apertados, rígidos e sofridos, espremidos e dolorosos. E passamos o dia meio castrados, meio grudados, meio que querendo se livrar do suor pegajoso que nos prega em nós mesmos.
Quando maior, os movimentos são desengonçados, as pernas se esparramam pelos sapatos, se arrastam pelo chão, se sujam de lodo e sentimos a insegurança da exposição pública das partes mais íntimas. E passamos o dia tentando nos colocar no lugar, meio que querendo nos prender a nós mesmos, meio afrouxados, disritmados e ridículos.
Nem tanto a terra, nem tanto o céu.
Quem dera pudéssemos voar à vontade todos os dias, sabendo que estamos bem presos em nossas raízes, e bem soltos em nossos sonhos.
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