Eu não consegui! Não consegui me desapegar das cinzas. Não pude lançá-las ao vento, nem ao mar. Fui egoísta, materialista, possessivo. Preferi transformá-las em diamante. Bruto. Brutal. Rígido. Denso. Um coração de diamante, onde jaz quem eu tanto amei, quem eu ainda amo.
Ando com ele pendurado contra o peito, guardião das minhas dores e das batidas do meu pulso. Um amuleto ensimesmante e aprisionador de minha alma, da porção Eros do meu Ser.
Tornei-me zumbi e um renegado do amor. A morte de um, que acabou matando dois. Que triste esta condição a que me dispus. Mas não consigo tentar, tampouco tentar tentar.
Eu, preso no chão. Ela, presa no ar. Eu, amarrando-a em mim. Ela, pesando meu andar.
2 comentários:
Por um momento, ao ler o título, lembrei-me da sandália de diamante. Depois vi que era sério, e bonito (e triste). Gostei! Te vejo de noite. Beijo.
Não tem opções de estrada. Não tem!!!
Vi seu videobook. Fiquei curiosa com muita coisa q não tinha visto.
Beijo e boa semana.
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