Estou querendo escrever alguma coisa, mas não sei o quê. Minha mãe dizia que quando não temos o que dizer, o melhor a fazer é ficar quieto. Queria tanto ser mais zen-budista! Mas a questão é que tenho muito a dizer, tanto, que não sei por onde começar, ou como eleger os assuntos mais urgentes. Tudo é pouco urgente para mim, de tão urgente que cada coisa é. Deu pra entender? Você sente isso às vezes?
Vira e mexe desabafo sobre o bafafá de idéias que turbilham em minha humilde mente e me tiram a quietude. Mas não é sobre isso que quero escrever, mais uma vez. Não me agüento mais nessas histórias.
Meu grande dilema tem sido, em suma, a angústia, no sentido mais Kierkegaardiano possível. Ou seja, a enorme dificuldade de lidar com o livre-arbítrio e, principalmente, com as conseqüências que ele carrega consigo.
Ontem mesmo escrevi um grande texto sobre a prisão. Sobre o sentimento de aprisionamento, para ser mais específico. Dizia que sentia isso. E sinto. Mas o mais louco é que é a própria liberdade que está me aprisionando. Isso faz algum sentido para você? Para mim faz.
Talvez eu realmente precise de um cartão de ponto. De despertadores. De um chefe insuportável que me dê vontade de enviá-lo a receber no ânus a cada minuto. Percebes?
Enfim, cá estou. Pensando, pensando, com leques de penas vermelhas abertos em minha frente, sem ter a mínima condição de escolher uma delas para soltar ao vento no melhor Forrest Gump Way possível.
Espairecerei e procrastinarei mais um pouco.
Um comentário:
Percebo que percebes ser só uma questão de tempo para perceber e organizar o que percecebes-te!
bjs
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