quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Aos Emos que Amo

Me preocupo com aqueles que eu amo.

A preocupação muitas vezes beira a prepotência de pensar saber o que é melhor ou pior para o próximo. Beira, e às vezes acaba caindo. E isso será sempre assim. De todo modo, a minha linha de vida acabou me levando a eternos e constantes treinamentos na sutil arte da observação do outro, para fins terapêuticos ou artísticos, tanto faz, uma vez que tenho como foco, sempre, o desejo de melhorias na vida do observado. Posso falhar, como posso acertar.

E isto é para dizer que vejo, ao meu redor, pessoas queridas se emaranhando em teias e tramas de sentimentos depressivos e depreciativos, pensamentos distorcidos por carências da alma, atitudes destrutivas e viciadas, e o que é pior, procurando, inconscientemente ou não, o convívio com pessoas que só catalisam e potencializam suas amarras.

O meu desespero e cansaço é perceber nestes que amo um movimento contrário ao que os faz crescer, uma vez que é este o principal objetivo da crise. A sensação que tenho é que estão mergulhando cada vez mais fundo e nem tentam nadar em busca de uma tomada de ar. Parece que se apóiam uns nos outros e procuram terceiros com quem possam, como os jovens emos neo-existencialistas, criar aos poucos uma sociedade da melancolia, dos infortúnios, uma sociedade da desilusão, permeada por laços de lágrimas e de abandonos.

Aos que eu amo, e por tudo que sinto, desejo que carreguem suas cruzes com mais classe. Que não deixem de sofrer, se o sofrimento é realmente necessário, pois isso pode empobrecer o espírito, mas que possam rir mais, não dos outros, mas de si próprios, e hoje, sabendo que amanhã é exatamente isso que farão. Desejo que percebam que aqueles que só os confortam no estado em que estão, causam somente o malefício da repetição do nada. Que notem que as mudanças devem ser dolorosas para serem realmente mudanças. Que saiam de suas zonas de conforto, que olhem para cima e sorriam, e dancem ao som do silêncio que os habitam, e que bebam suas próprias lágrimas, para que estas não sejam derramadas em vão.

Desejo que passem pelos estreitamentos dos renascimentos da vida com a mesma audácia com que vieram ao mundo, e que chorem como da primeira vez, pela dor do ar escancarando seus pulmões e os preenchendo com a beleza e alegria de estarem vivos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Este é o bisneto de "Seu Geninho" e o filho de "Mãe Lu" duas pessoas que tiveram e têm tesão de viver!
Bjs
Dulce

Menininha bossa-nova disse...

Eu não quero ser emo. Não quero ter uma banda de emo. Se é que vc me entende. E pare de espalhar isso por aí.

Beijo.

Candice disse...

É amigo, o duro é manter esse olhar positivo no meio do furacão, depois que passa tudo fica mais fácil... Mas a gente tenta né!!!
Ah como a saudade dói... bjs gdes

Ju Hilal disse...

Você tá falando isso por causa do meu cabelo, né?
Hahahaahahahaha
Beijos meu amor