A cada lágrima escorrida, uma dor lancinante no peito.
Terrível é sentir a própria voz fazendo a outra voz tremer.
Vontade de voar atrás das palavras ditas, de recolhê-las e engoli-las ao que é sombrio e não-dito.
Desejo de apagar e reformular os gestos. De borrar os olhos pra que não se expressem tanto.
Correr atrás do tempo.
Pegar os cacos com as mãos desnudas, para que o sangue possa jorrar e, quem sabe assim, colá-los na forma que outrora foram.
Medo de jamais conseguir reconstruir. Medo das cicatrizes que causei. Medo de ter esquecido, ou pior, perdido algum pedaço, algum retalho.
Medo do pedido de desculpas não ser suficiente. E não é, eu sei. Não é porque para mim mesmo não está sendo.
Vergonha do impensado. Vergonha do impulsivo. Vergonha da impertinência.
Que o perdão possa um dia levar consigo qualquer rastro, qualquer resto, qualquer fiapo ou excesso da dor que um dia causei.
E se esta dor insistir em doer, que doa em mim mil vezes mais do que em quem sempre amei.
2 comentários:
Depois te explico, tá?
Nossa...rs
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